[RESENHA] TRILOGIA JOGOS VORAZES, DE SUZANNE COLLINS, POR CAMILLA SÁ

ATENÇÃO: ESSA RESENHA FOI FEITA PELA NOSSA COLABORADORA E SE VOCÊ NÃO LEU NENHUM LIVRO DA SÉRIE AINDA, CUIDADO, POIS PODEM HAVER SPOILERS. SIGA POR SUA CONTA E RISCO.

A trilogia de Jogos Vorazes.

Suzanne Collins simplesmente tem uma mente brilhante para criar um história em um ambiente totalmente novo, com atrocidades desumanas revoltantes que mostram o quanto o ser humano pode ser cruel quando o assunto se trata de proteger o próprio umbigo.  Fora sua notável habilidade de prender o leitor no livro e fazê-lo ansiar por mais a cada capitulo; seus personagens marcantes e apaixonantes; e os momentos em que parece que você realmente está dentro da história a ponto de escutar os gritos e as explosões e quem sabe até os cheiros de uma determinada situação. Mas o mais incrível nessa história não é a criatividade e exploração da maldade humana, e sim o fato de parecer puramente real. Não há final feliz. Você percebe que é impossível alguém terminar feliz depois de uma guerra; depois de ver a morte de seus amigos, visinhos e família...

                Bom, deixa eu resumir a história então!

                Tudo se passa no atual território Norte Americano. Houve uma guerra que simplesmente acabou com a raça humana, até que ela conseguiu “resurgir”, então eles criaram um novo pais chamado Penem. Nesse país haviam 13 distritos e a Capital; cada distrito era responsável pela produção de alguma matéria prima, como carvão, pecuária, agricultura e por ai vai. Só que o distrito 13 se revoltou porque eles viviam em péssimas condições enquanto a Capital só viva no luxo; e houve outra guerra na qual o Distrito 13 foi destruído e foram criados os jogos vorazes para sempre lembrarem todos os outros distrito o que a guerra pode fazer e prejudicar cada uma, nesse jogos eram sorteados em cada distrito um menino e uma menina com a idade entre 12 e 18 anos que deveria ir para a Capital, onde seriam colocados em uma arena e lutariam com as outras crianças até que sobrasse uma.

                Claro, ninguém gostava dos jogos vorazes e não havia o que fazer. Todo o poder estava concentrado na Capital, então os distritos não tinham chance alguma, ainda mais com a intensa pobreza em que viviam (tinha gente que morria de fome no meio da rua porque não tinha dinheiro para comprar um pão!). E a Capital não achava isso ruim, para eles era só uma grande sensação de programação na TV, como se fosse um Big Brother Brasil ou coisa assim, entende? Que todo mundo gosta. Eles também não achavam ruim porque não eram as crianças deles que iam para a arena e não eram eles que passavam fome.

                Daí, chegamos até a personagem principal, Katniss, que é sorteada para ir aos jogos vorazes junto com Peeta. Eles meio que tem uma breve história antiga, onde ele a salva antes que ela morresse de fome, jogando pão queimado para ela comer, sem que a mãe dele visse. É tocante. De início ela acha que é tudo um jogo, mas ai descobre que tem muita influencia de publicidade também, então, nos Jogos Vorazes, você tem que ter boa aparência para os outros e uma boa carta na manga para matar as pessoas na arena depois.

                No decorrer dos jogos ela e Peeta conquistam o povo da capital como os amantes desafortunados, e no final dos jogos os dois conseguem controlar os organizadores dos jogos e ganharem ambos aquela edição dos Jogos Vorazes. Claro, a coisa não é rápida assim, tem toda a atrocidade da morte de crianças no começo do jogo, os manipuladores da arena empurrando ela para quase que a morte certa, as alianças, explosões, morte horríveis e criaturas geneticamente criadas pela capital (sim, eles misturam DNA humano com DNA de algum animal e criam uma espécie totalmente nova e assustadora que só tem o instinto de matar quem a Capital quer que eles matem). Mas eu só não entro em muitos detalhes para deixar qualquer um que esteja lendo isso com curiosidade para ir lá comprar o livro! Muhahaha.

                Enfim, no decorrer dos jogos Katniss se apaixona por Peeta que já era apaixonado por ela, só que ela não é o tipo de pessoa que fala sobre sentimentos, na maioria das vezes ela só demonstra defendendo a pessoa ou a protegendo, coisas desse tipo, sabe? Só que ai nesse meio tem um triangulo amoroso que na verdade não tem muita importância já que estamos no meio de uma guerra, então vou deixar que isso para o próprio livro, beleza?

                De 25 em 25 anos existe o Massacre Quartenário,  que nunca é igual aos jogos vorazes e por isso, para o povo da Capital, é super empolgante. Nesse ano, uma mulher e um homem vencedor dos Jogos Vorazes de cada distrito devem voltar a arena. E no distrito 12 (que é o distrito onde a Katiniss e o Peeta moram, alias) somente a Katiniss, Peeta e o treinador deles Haymitch ganharam, então Katniss acaba indo com Peeta.

                Nesse meio tempo você descobre que está tendo uma revolução. Não vou dizer quem nem o que para não estragar a história, mas é super empolgante.

                Enfim, chegamos na tão esperada guerra. Fome, mortes, feridos, doenças, tristeza, desesperança e muitas perdas. Guerra é guerra, essa não deixa de ser diferente daquelas que vemos na aula de história, mas Suzanne Collins, como eu já disse, é um gênio, e você fica totalmente aterrorizado e chocado com tudo o que se passa, e quando Katniss se entrega a depressão, você vai junto. Tudo fica muito confuso, mas você percebe que a guerra acabou e que muita gente morreu de formas desumanas e terríveis... Ela nunca mais será a mesma e nem mesmo quem leu o livro, porque percebemos que, se o mundo continuar nessa coisa totalmente sem amor ao próximo, é exatamente onde vamos parar.

                Tenho que admitir que eu não choro quando leio algum livro, no máximo fico emocionada ou chateada, mas eu raramente choro. Mas nesse eu chorei por 40 minutos inteiros a ponto de soluçar! Sonhei com esse livro por uma semana inteira e quando eu acabei de ler eu sentia o cheiro de tudo o que ela descreveu na história e escutava os tiros e explosões.

                É um livro muito bom, muito forte e infinitamente triste, mas que compensa ler. Muito.

Camilla Sá